sábado, 11 de abril de 2009

Tempo que vale.

Descobri que meu tempo é precioso demais para esperar que a vida acorde do jeito que eu sonhei, precioso demais para esperar que alguém venha até mim e me faça feliz,
precioso demais para me fazer de alvo de pessoas que apenas querem cuspir lixo em cima de outras pessoas para se sentirem bem.

Descobri que meu tempo é precioso demais para me stressar com pessoas que agiram impensadamente comigo, precioso demais para deixar de fazer o bem, precioso demais para perdê-lo assistindo a programas inúteis, precioso demais para deixá-lo passar sem ao menos me divertir, precioso demais para não me envolver em paixões ardentes e em corpos quentes.

Descobri que meu tempo é precioso demais para acordar e ficar preocupado com o que irá acontecer amanhã, precioso demais para gastá-lo fazendo planos que eu esperaria que tomassem vida própria por si sós, precioso demais para desperdiçá-lo dormindo toda tarde.

Descobri que meu tempo é precioso demais pra deixar que pessoas venham e o encham com baboseiras e coisas que não me ensinem nada, precioso demais para não aprender algo a cada dia, precioso demais para jogá-lo em 4 paredes e escutar gritos e vozes trêmulas e pensando que elas são a verdade, precioso demais para me acabar com coisas que me dão alívio passageiro mas me consomem por dentro.

Descobri que meu tempo é precioso demais para ficar discutindo se minha religião é melhor que a sua, quantas pessoas eu salvei ou se a bíblia é verdadeira, precioso demais para esperar que tudo que eu faça seja retornado, precioso demais para não comemorar a cada dia vivido, precioso demais para não dar carinho as pessoas a cada instante.

Descobri que meu tempo é precioso demais a ponto de não me importar mais nada na vida além de vivê-lo da maneira que lhe é digno, precioso demais para eu deixar de escrever, deixar de amar, deixar de pular e de chorar, precioso demais pra empurrá-lo em discussões sem sentido e sem objetivo produtivo, precioso demais para deixa para amanhã o que posso fazer hoje.

Não quero olhar pra trás e ver que cometi o mesmo erro de gastar meu precioso tempo com coisas que não merecem pois eu descobri que meu tempo é precioso demais pra eu fazer aos outros as coisas que eu não gostaria que fizessem a mim, que meu tempo é precioso demais para ser criado ao acaso, precioso demais... para passar em branco.

(Joás Bezerra)

sábado, 4 de abril de 2009

As minha lágrimas secaram.

Experiência pessoais, nada melhor que elas para fazer você refletir e aprender algo sobre essa situação primordialmente chata, alguém discorda?

Bem, começo esse texto com um rápido resumo da minha experiência de vida...

Tenho 17 anos, fui criado na igreja desde pequeno, minha família é toda cristã tradicional, meu pai é considerado pastor e minha mãe é uma cristã devota, se ajoelha todo dia pra pedir coisas ao deus dela, sempre pedindo a salvação dos filhos e tudo mais, bom... adiantando mais alguns anos, me vejo no ministério de louvor da igreja tocando, aquilo realmente me divertia, eu cresci escutando que a igreja era o lugar onde as pessoas boas se reuniam, que todos ali eram pessoas sábias e que o deus que eles cultuavam era o deus DA verdade.

Acho que é ai que começa minha peregrinação(como costumamos chamar)pela verdade.
Comecei a ver o que acontecia por trás das cortinas da igreja, comecei a questionar, comecei a conhecer idéias diferentes, eu realmente fui tragado do incrível mundo mágico que eu tinha sido posto quando era pequeno. Descobri a verdadeira face das pessoas, os seus erros, as suas mentiras e o principal de tudo, a hipocrisia.

Cada ano que se passava eu conhecia mais as pessoas, me tornava mais próximo do círculo, passava a saber de tudo... Mas, a parte disso na minha casa eu sempre vi um exemplo claro de contradição de idéias defendidas e idéias tornadas em atitudes, comecei a conhecer uma mulher que não tem muita certeza na vida, sem base para se apoiar, que fica desesperada quando algo não vai de acordo como ela achava que iria acontecer, que não tem outro meio de solução a não ser apelar para uma oração, oração essa que não deveria existir já que a vontade do deus dela é perfeita e que tudo acontece é da vontade dele... Tomar posse desses conhecimentos me desanimou com a igreja, eu queria curtir minha vida, eu era um adolescente e como todo adolescente, queria me divertir, aproveitar minha juventude, mas não pude, já que pra meus pais, tudo que eu queria fazer era pecado e iria me afastar do deus deles.

Já pelo lado do meu pai, eu via ele ser praticamente idolatrado na igreja como um homem de "Deus", um exemplo de pessoa. Dizem que ele é um homem muito inteligente, e isso eu não nego, elogiavam ele por ele ter lido a bíblia 7 vezes e outras coisas que impressionam (pelo menos a algumas pessoas).
O problema em tudo isso é que quem o conhecia de verdade era eu, quem convivia com ele era eu, não eles... a mudança de caráter, a projeção que se tinha da imagem dele era uma coisa incrível.
Mas eu não via nada disso no dia-a-dia, ele se esforça demais trabalhando e não vê que a mulher é infeliz, sempre embolado na sua desordem, mudando de assunto caso se tocasse em algum de seus defeitos e arranjando desculpa totalmente esfarrapadas.

Um dia eu estava no shopping com meu melhor amigo e íamos dormir na casa dele mas meu irmão me ligou e disse pra ir pra casa e não disse o motivo, só disse pra eu ir... meio relutante, mas fui... Ao chegar encontro meu irmão e minha irmã chorando, perguntei o que foi eles disseram que foi minha mãe, ela tomou muitos comprimidos de um remédio tarja preta que ela tava tomando pra dormir(é, acho que as orações não fizeram muito efeito). No decorrer dos dias, eu descobri o que é ficar sem ombros para se apoiar, todos se viraram contra mim, eu não tinha aonde me proteger... tive que me fazer forte a força, era isso ou eu teria que sucumbir totalmente, é aí que começa a minha separação espiritual de toda essa bagunça.

Religiosos pregam coisas que não vivem, se fazem de santos e não são, fazem-se de sábios e não são, fazem-se de profestas e não são, fazem-se de merecedores de respeito e realmente não são, as atitudes são totalmente contraditórias ao o que eles falam, me pergunto se algum deles teria a coragem e a falta de vergonha na cara para admitir que não passa de um teatro onde cada um compete com o outro pra ganhar mais fiéis que serão os próximos atores.

Estou de saco cheio de religião, estou fadigado, fadigado de pessoas me prendendo em meio as suas regras, se você se acha feliz em meio a essas regras, ótimo, não me prenda nelas e também não venha se lamuriar quando ficar sem direção.

Eu podia muito bem ter escrito isso como uma história de uma família que vive em algum lugar do mundo mas não, eu escrevo o que eu passo, isso é a minha vida, escrevo e ponho minha cara a tapa para quem quiser, nunca tive medo de apanhar,
nunca fugi de uma discussão, estou certo de que não sou o único nessa situação, mas o que quero dizer com tudo isso é que sempre há uma paz além de tudo isso.


"O que deveria ajudar o mundo a crescer se tornou uma competição, cada um com sua religião tentando ganhar mais adeptos e assim, tornarem o mundo uma grande peça de teatro competitiva, onde o que se fala não se faz e o que se faz não se fala".


J.Bezerra